O QUE É A VERDADE

     



    "Ora, como a verdade é uma joia multifacetada, é impossível perceber todas as suas facetas de uma só vez; e como, além disso, dois homens, por mais ansiosos por discernir a verdade que estejam, não podem ver nem mesmo uma dessas facetas da mesma forma, o que se pode fazer para ajudá-los a percebê-las? Como o homem físico, limitado e restrito de todos os lado pelas ilusões, não pode alcançar a verdade pela luz de suas percepções terrestres, dizemos: desenvolva em si o conhecimento interno. Desde os tempos que o oráculo délfico disse ao inquiridor: 'Homem conhece a ti mesmo', nenhuma verdade maior, nem mais importante, foi jamais ensinada. Sem tal percepção, o homem permanecerá sempre cego até mesmo a uma verdade relativa, que dirá a absoluta. O homem deve conhecer a si mesmo, isto é, adquirir as percepções interiores que jamais enganam, antes de poder dominar qualquer verdade absoluta. A verdade absoluta é o símbolo da Eternidade, e nenhuma mente finita pode jamais compreender o eterno, daí que nenhuma verdade em sua totalidade pode jamais ser absorvida por ela. Para alcançar o estado durante o qual o homem a vê e sente, temos de paralisar os sentidos do homem externo de barro. Esta é uma tarefa difícil, nos é dito, e a maioria das pessoas sem dúvida preferirá, por isso, se satisfazer com verdades relativas. Mas aproximar-se de verdades até mesmo terrestres requer, antes de tudo, amar a verdade pela própria verdade, pois de outro modo não haveria qualquer reconhecimento dela."

Coletânea de Textos de Helena Petrovna Blavatsky, Sabedoria Divina, Questões Psicológicas e Sonhos, Volume I, Editora Teosófica,  pág.21/22.