"Bhagavad Gita significa 'A Canção do Senhor'. E é mesmo uma canção: obra de arte ao mesmo tempo que afirmação da verdade. Com efeito, eu a chamaria de escritura perfeita. Declaro isso como ocidental criado na tradição cristã e agora crente devoto no Sanaatan Dharma.
O 'Gita', conforme o chamam afetuosamente na Índia, é a mais conhecida e amada escritura desse país. Texto conciso, profundo, poético e dos mais inspiradores, foi com muita propriedade classificado como 'A Biblia Hindu' por ser a palavra definitiva da antiga religião do país mais antigo do mundo.
As verdades do Bhagavad Gita são ensinadas com extraordinária clareza. Mas, fato interessante, devido a essa própria clareza elas abrem amplo espaço à reflexão. Daí o valor dos comentários, de que existe grande número. Há, no Gita, níveis de significação para os quais ele mesmo é uma alegoria. (...)
Somente pessoas com profunda compreensão espiritual conseguem penetrar a essência desses escritos antigos. A casta brahmin, que se supõe muito versada (o que nem sempre é o caso) nas escrituras, geralmente proclama seu tradicional conhecimento nesse campo com nomes que aludem a seus supostos graus na escala da cultura védica: Chatturveda (quatro Vedas), Trivedi (três Vedas) ou Dubey (dois Vedas). Os Upanishades são um resumo dos Vedas. E mesmo eles parecem obscuros às mentes modernas.
A quintessência dos Upanishades, por sua vez, encontra-se no Bhagavad Gita. A glória atemporal do Sanaatan Dharma, 'A Religião Eterna', nome antigo e verdadeiro do que hoje conhecemos por hinduísmo, foi, de maneira sucinta e atraente, apregoada nessa obra-prima que resiste ao tempo."
A Essência do Bhagavad Gita, Explicada por Paramhansa Yogananda, Evocada por seu discípulo Swami Kriyananda, pág. 31 a 33
