"De todos os que entram naquele mundo, as crianças são as mais felizes e as que se sentem completamente em casa. Não perdem seus pais, irmãos, irmãs, nem os companheiros de brincadeiras aos quais amam; simplesmente os têm perto de si para brincar com eles durante o que nós chamamos 'noite', em lugar do 'dia', de tal sorte que não se ressentem nem de perda nem de separação. Durante o nosso dia, jamais são deixadas sozinhas, pois naquele mundo, assim como neste, as crianças se reúnem e brincam - divertem-se nos Campos Elíseos, cheios de atrações raras, e estão sempre em júbilo e profusamente felizes.
Mesmo aquelas crianças cujos pensamentos naturalmente se voltem mais para assuntos religiosos nunca deixam de encontrar o que anseiam, pois os Anjos e os Santos de outrora não são meras fantasias piedosas; e os que creem neles e deles necessitam são infalivelmente atraídos para eles, encontrando-os mais gloriosos e amáveis do que sonharam. E mesmo aquelas que desejarem encontrar o Próprio Deus (Deus em forma material) não ficarão desapontadas; pois aprenderão dos mais amáveis e gentis instrutores que todas as formas são formas de Deus, já que Ele está em toda parte. E aquelas que sirvam e ajudem mesmo a mais infima de suas criaturas estarão verdadeiramente servindo e ajudando a Ele. Como as crianças gostam de ser úteis, naquele mundo superior abre-se diante delas um vasto campo para auxílio e conforto em suas tarefas de misericórdia e amor para com os ignorantes.
Não devemos temer pelos pequenos bebês, ainda incapazes de brincar, pois muitas mães que faleceram aguardam ansiosamente para pegá-los ao colo, recebendo-os e amando-os como se fossem seus próprios filhos. Geralmente, esses pequenos bebés descansam no mundo espiritual por muito pouco tempo, conforme já se disse antes, e retornam novamente à Terra para serem, muito amiúde, filhos do mesmo pai e da mesma mãe."
Teosofia Explicada, P. Pavri, Edit. Teosófica, pág. 283