“O
esforço de controlar a mente e torná-la pura e forte, submetendo-a a uma
disciplina sistemática, irá tornando o estudante cada vez mais consciente do
dualismo entre controlador e controlado, mas no começo é necessário que se concentre,
por algum tempo na observação dos movimentos da mente a fim de adquirir certa
capacidade de observá-la. Somente então irá familiarizar-se com as tendências e
características da mente e aprenderá a separar-se delas.
Quando o
estudante já tiver adquirido alguma habilidade nesse sentido, deverá começar a
exercitar o controle geral sobre as atividades do corpo mental inferior. O
primeiro passo é criar o hábito de fazer tudo o que tem de ser feito durante o
dia, sem distração. A maior parte das pessoas que começam as práticas de
concentração e meditação não sabem que os resultados obtidos no curto período
de seus exercícios mentais dependem, em grande parte, de como controlam e usam
a mente no decorrer do dia. Uma pessoa que permite que sua mente divague ao
fazer o seu trabalho diário de rotina nunca consegue controlá-la no período de
sua meditação, pois a divagação da mente, pelo dia afora, estabelece uma
tendência para a distração e esta tendência não pode ser dominada subitamente
durante o curto período empregado nos exercícios de concentração e meditação.
Temos assim de formar o hábito de tomar cada peça de trabalho conforme chega e
concentrar a nossa mente inteiramente em fazê-la, em vez de dar-lhe somente
parte de nossa atenção. Se o trabalho é importante ou não é irrelevante quanto
à tendência à distração. Assim, mesmo ao escrever uma carta, ler um livro ou
conversar com alguém, a mente deve ser unidirecional. O total de nossa mente
deve estar em todas as ações que tenhamos de praticar no curso normal de nossa
vida. Tal prática não só aumentará enormemente a qualidade de nosso trabalho,
mas também estabelecerá os fundamentos do domínio de nossa mente. (...)”
(I.K. Taimni,
Autocultura à Luz do Ocultismo, Edit. Teosófica, Brasília, 1997, p. 93/94.)