“Vivendo
no mundo cheio de objetos dos sentidos, podemos permanecer internamente
imaculados e livres de desejos? Ser livre significa compreender que a fonte de
tristezas é o desejo por objetos, quer estejam eles na mente ou numa forma
física. Cada prazer tem a sua contraparte de dor. Cada excitação e esperança
traz uma depressão correspondente. E nós somos jogados daqui para ali entre os
opostos. Tal compreensão, não o mero pensar sobre esse assunto, surge a partir
de uma reflexão profunda e sustentada.
Krishnamurti
diz: ‘Eu estou deste lado do rio. Durante séculos adorei os deuses do outro
lado. E vejo a desesperança do fato. Assim eu digo que é a partir do outro lado
que eu devo operar. Perguntar como chegar lá é a abordagem tradicional. A mente
deve encontrar-se na outra margem tendo abandonado todas as atividades na
margem deste lado’. Nesta margem, isto é, na Terra, quando a tentação sobrepuja
o coração, podem haver tormentos mentais que são um ‘inferno’.”
(Radha Burnier, Procure primeiro o reino de Deus,
Revista Sophia, Ano 1, Nº 1, p. 15)