A CURA E OS CURADORES ESPIRITUAIS (Parte I)

 "Este tema, Cura e curadores espirituais, é um assunto que não recebeu a devida atenção, pelo menos em nossa literatura teosófica formal. Tive a sorte de conhecer e trabalhar com alguns terapeutas poderosos, de diferentes linhas de conhecimento. Quando encontramos pessoas com essa habilidade de promover cura física e lhes perguntamos sobre a fonte dessa energia ou poder que flui através deles, aqueles que desconhecem os ensinamentos teosóficos, respondem  'que se trata de um presente de Deus'. Isso não está totalmente incorreto, mas o fato de essa capacidade de curar se apresentar é muitas vezes considerado como um dom sobrenatural.

Durante um dos períodos pouco valorizados da vida do Coronel H. Olcott, ele estava envolvido em um extenso trabalho de cura dinâmica e poderosa.. Durante as suas visitas ao Celião (atual Sri Lanka), seu principal objetivo era revitalizar o budismo, que ele considerava uma expressão da Sabedoria Eterna. No Ceilão daquela época, o budismo havia atingido níveis muito precários. Então, os missionários cristãos, que trabalhavam ativamente para enfraquecer o budismo no Ceilão, anunciaram que haviam descobreto um poço de água que tinha o potencial de curar em nome de Jesus e da Igreja Católica.

Sendo quem era, Olcott abordou os monges budistas e disse: 'Antes que isso crie raízes na mente das pessoas, vocês devem promover alguma cura. Vocês, como budistas, devem curar'. Mas ninguém se voluntariou. Assim, Olcott, como um bom empreendedor Ianque, decidiu que ele mesmo faria a cura. Tendo o conhecimento de que toda cura provém da mesma fonte, ele a realizou em nome do Buda. Trinta anos antes disso, ele havia sido exposto aos ensinamentos e trabalho de Anton Mesmer, tendo até feito alguas tentativas de cura mesmérica.

Muito foi escrito sobre o mesmerismo e seus poderes de cura, nas Cartas dos Mahatmas.

Olcott havia estudado e decidiu que, para a ocasião, era necessário, Assim encontrou um paciente com um braço paralisado e começou a trabalhar com ele. O homem foi para casa e, no dia seguinte, relatou que havia experimentado grande alívio, o que aumentou o nível de confiança de Olcott. Ele voltou a trabalhar com o paciente e, desta vez, houve uma reversão completa da paralisia e, é claro, a notícia se espalhou.

Daquele dia em diante, nos três anos seguintes, Olcott não teve mais paz ou privacidade, pois estava constantemente cercdo de pessoas que demandavam cura dste grsnde curador 'budista'.Como de hábito, durante esse período de três anos, ele manteve registro de mais de 7.000pessoas que experimentaram cura de diversos tipos: paralisia,surdez, cegueira, etc. Por exigir muita força vital de Olcott, demandando demais sua energia pessoal, não deixando tempo para realmente invistir no trabalho teosófico, que era seu foco principal, seu Mestre ordenou que parasse. (...)

Ao discutir seus métodos de cura, o coronel Olcott informou que eles ocorriam de duas maneiras. De um lado pela presença e influência do Mestre atrvés de uma conexão realizada. Parte dos diversos ensinamentos que recebemos nos aconselha a adotar a práticas de fazer tudo aquilo que fazemos de bom em nome do Mestre. Essa é uma maneira expressa por Jinarajadasa. Curar, socorrer, ajudar, tudo é feito em seu nome. Isso tem a capacidade de atrair essa presenca quando somos verdadeiramente puros em nossas motivações.

Olcott disse que a maior parte das curas que fez estava baseada nessa conexão e alcance, em sua própria imaginação e vontade, para o seu Mestre. Ele teve várias confirmações disso. Ele mencionou um caso em que curava um cego. Enquanto Olcott trabalhava, o homem descrevia a visão de alguém que estava na frente dele durante o andamento de cura. Ele descreve a cena bem detalhadamente, ficando muito claro que ele descrevia o Mestre de Olcott. O segundo método de cura envolvia o acúmulo e a projeção de energia envolvendo a própria vontade de Olcott."

A cura e os curadores espirituais, Tim Boyd, 

Revista TheoSophia, 1º Trimestre 2019