TEOSOFIA NO LAR (4)

 

    "Na educação das crianças, uma questão importante é como levar a criança a fazer o que é certo e não o errado."

        O autor discorre sobre a frase acima enfatizando que os pais tem a obrigação de educar os seus filhos, mas não através de castigos corporal, os quais causam um certo endurecimento nos veículos sutis da criança. Portanto, o ideal é que pais e professores pudessem compreender que a existência de uma alma não se refere a apenas uma vida.

        Porém, percebe-se que a criação de uma criança exige uma certa dose de comprometimento por parte dos pais. A vida que levamos hoje com inúmeras responsabilidades e afazeres, pode fazer com que a preocupação seja apenas com a qualidade material, em dar boa educação, por exemplo, deixando para segundo plano a importância da convivência e a transmissão de valores, através do exemplo diário.



    "A natureza superior da criança, representada por suas emoções latentes e por seus pensamentos, é muito sensível na infância; com cuidados especiais pode-se conseguir que a criança, ao crescer, adquira uma natureza emocional boa e alegre e uma mentalidade aberta e intuitiva. Qualquer tratamento  ríspido endurece seus sentimentos mais delicados, embora parece produzir bons resultados no controle do corpo físico. Os repetidos choques nessa delicada natureza acabam embotando e matando aquela elevada sensibilidade que deveria predominar em todos os homens e mulheres, como característica normal dos seres humanos.(...)

    Quando pais e professores compreenderem que todas as experiências de vida não devem ser condensadas a um curto espaço de tempo de uma única existência; que a a alma tem diante de si uma eternidade de crescimento; que ela tem o direito de fazer suas próprias experiências em sua existência, desde que não obstrua o desenvolvimento dos demais; que cada ser é individualmente responsável pelo mal ou bem que fizer; que os outros são responsáveis por ele, apenas pelo fato de serem seus irmão e semelhantes; então teremos uma visão mais clara sobre este tema educação e bem-estar da criança, e não haverá dificuldade para se estabelecerem métodos de disciplina infatil que dominem sua natureza animal sem prejudicar em nada sua natureza superior como alma."


C. Jinarajadasa, Teosofia Prática, Editora Teosófica, 2012, pgs. 14