A PALAVRA E O CAMINHO



 "Se pensarmos um pouco mais sobre o dom divino da fala, poderíamos ser mais conscientes no modo como a usamos. A fala é um reflexo do poder divino que está dentro de nós. É muito considerada nas Escrituras de inúmeros povos do mundo. Na Bíblia, as primeiras palavras do Evangelho de São João afirmam, que 'no princípio era o Verbo' - a fala não como nós a entendemos, mas talvez no sentido do som que traz todas as coisas à existência.

Quando João fala da vinda do Grande Intrutor, do surgimento de um Avatar, a linguagem usada é: 'E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós'. Uma compreensão clara do poder da palavra, corretamente entendida, é algo que perpassa as religiões do mundo.

Em A Doutrina Secreta, H. P. Blavatsky escreveu sobre o som e a fala: 'Pronunciar uma palavra é evocar um pensamento, e torná-lo presente: a potência magnética da fala humana é o começo de toda a manifestação no Mundo Oculto.' Blavatsky escreve a respeito da capacidade da fala de magnetizar, de atrair para si. Isso não se relaciona apenas às práticas ocultas conscientes, mas às conversas normais em que nos engajamos de momento a momento.

Na maioria das vezes usamos a fala sem sabedoria. Segundo Blavatsky, emitir uma palavra é evocar um pensamento e torná-lo presente. Toda a palavra que dizemos, seja casual ou profunda, traz um pensamento à nossa presença e à presença dos outros. Ela prossegue dizendo: 'Emitir um nome não é apens definir um ser, mas colocá-lo sob a influência de uma ou mais potências ocultas.' Assim, ao simplesmente dizermos um nome, nós nos engajamos num ato que registra a participação de 'potências' cooperativas."

Tim Boyd, A palavra eo caminho, Revista Sophia, nº 87, pág. 6.