A NATUREZA DOS SONHOS I

 

   "Os sonhos" é um tema que gera muita polêmica, pesquisado há muito tempo, desde a antiguidade por cientistas, psicanalistas e ocultistas. Por não haver regras gerais para a sua interpretação, aqueles com um maior conhecimento sobre a constituição oculta do ser humano, uma ação clarividente ou a intuição daquele que procura interpretar podem chegar a alguma interpretação.

    Durante as próximas publicações trabalharemos com um diálogo entre H. P. Blavatsky e Mabel Colins sobre os sonhos, na Loja de Londres, o qual foi publicado no final do século dezenove em Londres e posteriormente na Índia, com o título original "Dreams".

    Através de uma ação de membros da Sociedade Teosófica no Brasil, chamado Projeto Pioneiros, temos esse material em língua portuguesa para estudarmos.

"Pergunta: Quais os 'princípios' que estão ativos durante o sono?

Resposta: Os 'princípios' ativos durante os sonhos comuns - que devem ser diferenciados dos sonhos reais, e devem ser qualificados como visões aleatórias - são Kamas e Manas inferior, Kama, a sede do Ego pessoal e do desejo, desperta para uma atividade caótica devido as reminescências sonolentas de Manas inferior.

Pergunta: O que é Manas inferior?

Resposta: É normalmente chamado de alma animal (o nephesh dos cabalistas hebreus). é o raio que emana do Manas superior ou Ego permanente, e é aquele 'princípio' que forma a mente humana, e nos animais forma o instinto, porque os animais também sonham. A ação combinada de Kama e da 'alma animal', no entanto, é puramente mecânica. É o instinto, não a razão, que está ativo neles. durante o sono do corpo esses dois princípios trocam mecanicamente impulsos elétricos com vários centros nervosos. O cérebro dificilmente recebe impressão deles, e a memória os guarda naturalmente sem ordem de sequência. Ao despertar, essas impressões desaparecem gradualmente, assim como acontece com qualquer sombra passageira que não tem em si uma realidade básica substancial. A função retentiva do cérebro, no entanto, pode registrar e preservar essas impressões se elas forem impressas com força suficiente. Mas, em geral, a nossa memória registra apenas as impressões passageiras e distorcida que o cérebro recebe no momento de despertar. Esse aspectos dos 'sonhos', no entando tem sido suficientemente observado e é descrito de modo bastante correto em obras modernas de Fisiologia e Biologia, já que esses sonhos humanos não diferem muito dos sonhos dos animais. O que é inteiramente terra incognita para a ciência são os sonhos reais e as experiências do Ego superior, que também são chamados de sonhos, mas não deveriam ser qualificados assim, ou então o termo usado para as outras 'visões' durante o sono deveria ser mudado."

Helena Petrovna Blavatsky, Questões Psicológicas na Ótica Teosófica, Produção independente Projeto Pioneiros, distribuição Editora Teosófica, Brasília, pg. 95