O VERDADEIRO AMOR

     Nesta semana vamos falar sobre um tema muito conhecido, porém também controverso, uma vez que em seu nome se comete as mais absurdas ações. Claro que todos já perceberam que é o Amor. E como nós trabalhamos com Terapia Holística, esse tema sempre vem à baila tanto com clientes como com nossos alunos. 

    Na Numerologia Cármica, que é um estudo pitagórico sobre a jornada que a Alma faz aos níveis mais densos de manifestação, percebemos como as pessoas portadoras de frequências numéricas que as levam a desenvolver o amor, seja pela família, comunidade ou pela humanidade, acabam vibrando no negativo ou extrapolam esse sentimento, por não saber exatamente o que ele é. 

    Por  isso, optamos por desenvolver por alguns dias o tema O Verdadeiro Amor, que trata sobre o amor icondicional. Esse amor se faz presente nas vibrações numéricas 6 e 9, onde almas antigas, as quais já trazem muitas experiências de outras vidas, devem aprender a vivenciar essas altas frequências energéticas.

    Acreditamos que um autor que trabalha muito bem esse tema é Raul Branco, no seu livro A Essência da Vida Espiritual. 

  Convidamos a todos a refletir sobre esse tema, principalmente os que trabalham com a Terapia Holística e precisam identificar as causas do males que afetam os seus clientes, que muitas vezes é a falta de amor seja por medo, egoísmo ou por ter um entendimento errôneo do que seja o Amor. 




    "Falamos muito sobre amor, mas conhecemos pouco sobre o verdadeiro amor, o amor incondicional. Em primeiro lugar, o amor não é meramente um sentimento, um interesse, uma atração ou mesmo uma paixão por outra pessoa. O verdadeiro amor é divino, sendo sua plena expressão um aspecto da culminação do progresso espiritual.

     De todas as qualidades que ATRIBUÍMOS a Deus, o amor é a mais tocante e que mais nos atrai. Essa atração deve-se ao fato de o amor ser uma das energias mais fundamentais da Manifestação. Com o início do processo de emanação, o UNO passou a se manifestar nas inumeráveis formas do mundo exterior em constante expansão. A Providência Divina, em sua infinita sabedoria, fez surgir concomitantemente uma força harmonizadora da tendência separatista da percepção no mundo material que estava sendo criado. O amor, portanto, é uma expressão dessa força, conhecida como a Lei universal da atração, que se manifesta de inúmeras maneiras em todos os níveis e planos da natureza. (...)

   Apesar da vivência do amor suscitar vários sentimentos profundos, seria difícil definir o amor. Sabemos, no entanto, que o verdadeiro amor inclui pelo menos quatro aspectos complementares: (1) aceitar as pessoas como elas são; (2) perdoar; 

    (3) desejar de coração o bem do outro; e (4) fazer o que estiver ao nosso alcance para promover a verdadeira felicidade das outras pessoas, sejam elas nossos parentes e amigos ou não. Cada um desses aspectos oferece consideráveis dificuldades de expressão para as pessoas egoístas. O egoísta acredita que o amor é uma moeda de troca: 'eu te amo se tu me amas; se deixares de fazer o que eu espero de ti, deixarei de te amar'.

  Antes de examinarmos cada um desses quatro aspectos fundamentais interconectados do amor, vale a pena lembrar o ensinamento basilar de Jesus quando lhe perguntaram: 'Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?' Ele respondeu: 'Amarás ao Senhor teu Deus dodo teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; é o primeiro e o maior mandamento. O segundo é semelhante a esse: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os [ensinamentos dos] profetas estão contidos nestes dois mandamentos'. Vamos examinar inicialmente o que parece estar mais ao nosso alcance, ou seja, o amor ao próximo (...).

     O que salta aos olhos na formulação do segundo mandamento nos instando a amar o próximo? A implicação mais óbvia (e negligenciada) é o padrão estabelecido para amar o próximo, que é AMÁ-LO COMO A NÓS MESMOS. O Mestre só indicaria a necessidade desse padrão se houvesse algum questionamento sobre nosso amor a nós mesmos. Vale então questionar: será que realmente amamos a nós mesmos?

     Quando examinamos os inúmeros hábitos destrutivos que os seres humanos desenvolvem, entendemos a razão do alerta do Mestre. AQUELE QUE destrói sua saúde com o uso de álcool, fumo, drogas, entorpecentes e hábitos alimentares prejudiciais, QUE é sedentário e não tem períodos de sono salutar, QUE está sujeito a explosões de raiva e ódio ou a períodos de tristeza e até mesmo de depressão, certamente não ama a si mesmo.

    Mas a falta de amor a si também se expressa de forma mais sutil. Muitas pessoas desenvolvem um sentimento de desamor por si mesmas, sentindo, ainda que de forma inconsciente, que não merecem ser felizes. Algum evento traumático em seu passado deixou uma crença que gerou um condicionamento inconsciente de que elas não são suficientemente boas, ou mesmo que são indignas e, portanto, que carecem de méritos para ser felizes. Com isso atraem a infelicidade que julgam lhes ser devida. A dor gerada por esses traumas é tão grande que o indivíduo torna-se incapaz de lidar com a situação de forma proativa e recolhe-se como um tatu para dentro de sua carapaça buscando proteção, gerando com isso mais um elemento de seu lado sombra."


Raul Branco, A Essência da Vida Espiritual, Editora Teosófica, Brasília, 2018, pgs 40/41