SONHOS REAIS IMPRESSOS NO CÉREBRO

 

      A afirmativa de HPB que a ciência não consegue entender os sonhos reais, porque não acredita que exista um homem real ou um Ego Imortal, nos leva a crer que existe a diferença entre os sonhos reais daquelas impressões passageiras que sentimos ao acordar, o que é a base des estudos para a Fisiologia e Biologia. 

    Nas páginas 97, o diálogo se dá em torno da diferença dos sonhos e principalmente sobre o que recebemos do Ego Imortal, que para nós não passam de "fantasias aleatórias, são na verdade, páginas avulsas arrancadas da vida e das experiências do homem interno". E ao acordarmos,  essas informações vindas do Ego Superior, são distorcidas pela nossa memória física, de forma que não temos como identificar e analisar o que são aquelas cenas, que aos poucos vão se dissipando.

    Ficaremos hoje com o excerto que nos descreve sobre os sonhos reais impressos no cérebro.



    "P: O 'registrador' ou o 'bloco de memória' do estado de sonho verdadeiro é diferente do bloco de memória da vida em estado desperto?

      R: Como os sonhos são na realidade as ações do Ego durante o sono físico, eles são, naturalmente, registrados em seu próprio plano e produzem os seus efeitos apropriados nesse plano. Mas devemos lembrar sempre que os sonhos em geral, tal como os conhecemos, são apenas as lembranças nebulosas que temos dos fatos dos sonhos no nosso estado de vigília.

    Acontece frequentemente, na verdade, que nem temos lembrança de haver sonhado, mas mais tarde, durante o dia, a lembrança do sonho surge de repente sobre nós. Frequentemente uma sensação, um cheiro, até um ruído casual, um som, traz instantaneamente à nossa mente cenas, pessoas e acontecimentos esquecidos há muito tempo. Alguma coisa do que foi visto, feito, ou pensado pelo 'ser que atua à noite' o Ego, foi impresso naquele momento anterior no cérebro físico, mas não foi trazido à memória consciente, desperta, devido a alguma condição ou algum obstáculo físico. Essa impressão é registrado no seu cérebro na sua célula ou centro nervoso adequado, mas devido a alguma circunstância acidental ele 'suspende o fogo', digamos até que que algo lhe dá o impulso necessário. Então o cérebro descarrega a impressão imediatamente sobre a memória consciente do homem desperto; porque assim que as condições requeridas ocorrem, aquele centro específico entra em atividade e realiza o trabalho que tinha por fazer, mas que era impedido de realizar.

    P: Como ocorre esse processo?

  R: Há uma espécie de comunicação telegráfica consciente que ocorre incessantemente, dia e noite, entre o cérebro físico e o homem interno. O cérebro é uma coisa tão complexa, tanto física como metafisicamente, que ele é como uma árvore cuja casca você pode retirar camada, por camada, e cada camada é diferente de todas as outras. Cada camada tem seu próprio trabalho especial, sua função e suas características.

    P: O que distingue a memória e a imaginação durante o sonho da memória e a imaginação da consciência desperta?

     R: Durante o sono, a memória e a imaginação física estão naturalmente passivas, porque aquele que sonha está adormecido: o seu cérebro está adormecido, e todas as funções também estão descansando. É só quando elas são estimuladas, como eu disse, que elas despertam. Assim, a consciência daquele que dorme, não está ativa, está passiva. O homem interior, no entanto, o verdadeiro Ego, atua independentemente durante o sono do corpo; mas é duvidoso que qualquer um de nós - a menos que conheça profundamente a fisiologia do ocultismo - possa compreender a natureza da sua ação."


Helena Petrovna Blavatsky, Questões Psicológicas na Ótica Teosófica, Produção independente Projeto Pioneiros, distribuição Editora Teosófica, Brasília, pg. 101

Imagem: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2014/09/07/interna_revista_correio,445592/eu-sonho-tu-sonhas.shtml