A NATUREZA DO HOMEM

 


 


        "Um dos traços chocantes dos tempos atuais é a falta de compreensão sobre a natureza do homem. O homem está tentando saber tudo no universo. Ele pode dizer com certeza de que são feitas as estrelas distantes de nós milhões de quilômetros. Ele conhece detalhadamente a constituição dos átomos e moléculas. Entretanto, sobre si mesmo praticamente nada sabe e, o que é pior, está muito satisfeito de viver sua vida sem cogitar de onde vem, qual a sua natureza real, porque está aqui neste mundo e para onde vai após a morte. É realmente espantoso como a grande maioria da população do mundo pode viver toda uma vida sem fazer essas perguntas naturais, ou mesmo tomar conhecimento de sua existência.  

    Um resultado direto da ausência de qualquer conhecimento preciso sobre a natureza do homem e sua constituição é a imprecisão de nossas ideias sobre o caráter humano. A palavra 'caráter' é usada geralmente de maneira muito vaga para as qualidades mentais e morais, bem como para as idiossincrasias que caracterizam um determinado indivíduo. O homem verdadeiro, com seus diversos veículos de consciência ocultos no veículo físico, não é conhecido nem aceito e o que quer que seja de sua natureza complexa que consiga encontrar expressão por meio do comparativamente denso e inelástico veículo físico é tomado como sua verdadeira natureza. Considerando os seres humanos em massa verificamos que eles se comportam de maneira peculiar sob certo conjunto de circunstâncias. A todos esses modos típicos de característicos humanos chamamos comportamento e a cada modo damos um determinado nome. Mas muito pouco sabemos por que os seres humanos precedem desta ou daquela maneira e como se relacionam entre si os diferentes elementos do caráter humano. Algumas das características humanas são meros hábitos físicos, outras são correlatas com nossa natureza emocional ou mental, enquanto outras obviamente são de natureza espiritual. Mas a palavra 'caráter' a todas abrange sem distinção." 

I. K. Taimni, Autocultura à Luz do Ocultismo, Ed.Teosófica, Brasília 1997, pg. 41