DUPLO ETÉRICO - O SEGUNDO PRINCÍPIO (1)

       Estamos trabalhando "Os Sete Princípios do Homem", de Annie Besant, e daqui para frente a autora começa a falar dos corpos sutis, e vamos colocar em duas publicações as explicações sobre o Duplo Etérico. Muito interessante as colocações e depoimentos da época, o que para muitos até hoje é um enigma.

        Convidamos você a participar desses estudos que são de grande importância para todos aqueles que trabalham com as Terapias Complementares, Holísticas, assim como para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre a natureza humana.

        Venha saber um pouco mais sobre o duplo, o qual tem grande importância na constituição oculta do ser humano.



     "O Corpo Astral, o Corpo Etérico, o Corpo Fluido, o Duplo, o Espectro, o Duplicado, o Homem Astral, eis alguns dos nomes que têm sido dados ao Segundo Princípio da constituição do homem. O melhor, porém, é o de duplo etérico, porque este termo designa apenas o segundo princípio, ao passo que os outros têm sido frequentemente usados para indicar de uma maneira geral os corpos formados por matéria mais sutil do que a que afeta os nossos sentidos físicos, abstraindo da ideia importantíssima se na sua significação envolviam ou não outros princípios. Será, portanto, esse termo que usarei para indicar o segundo princípio da constituição do homem.  

    O duplo etérico é constituído por uma matéria cujo grau de rarefação é superior ao da matéria física. Essa matéria tem o nome de astral, por se parecer com a do espaço, e está no estado imediatamente a seguir ao sólido, líquido gasoso; é ela que forma o 'plano astral', que está imediatamente a seguir ao 'plano material', ou seja, ao universo geralmente considerado objetivo. É ao plano astral que pertence aquilo a que vulgarmente se chama clarividência, clariaudiência e outros fenômenos hipnóticos que, apesar de se manifestarem numa matéria que se encontra num estado de subdivisão mais sutil do que aquela que vemos e sentimos, têm ainda muito da natureza material.  

    Este duplo etérico é o 'duplo' exato, ou o duplicado do corpo físico ao qual pertence, e do qual pode separar-se, mas nunca apartar-se para muito longe. Afastado do corpo físico, é visível para o clarividente; aparece então como um duplicado perfeito daquele, unido apenas por um delgado fio. A sua relação com o corpo físico é tão íntima que qualquer lesão no astral 'repercute-se' no primeiro. A. d' Assier, na sua bem conhecida obra, A humanidade póstuma, traduzida para o inglês pelo Presidente e Fundador da Sociedade Teosófica, Coronel Olcott, apresenta vários casos dessa repercussão.  

     A separação do duplo etérico do corpo físico vem geralmente acompanhada de uma notável diminuição de vitalidade deste, aumentando a do primeiro proporcionalmente ao decréscimo da energia do segundo. A este respeito diz Olcott em uma nota do livro citado de d' Assier:  

    'Quando se projeta o duplo, o corpo fica como que numa espécie de torpor, a mente 'obscurecida', como que cercada de uma névoa; os olhos perdem a expressão característica da vida, o coração e os pulmões atuam debilmente e verifica-se um certo abaixamento de temperatura.  

    Qualquer ruído repentino ou uma entrada brusca no aposento nestas circunstâncias é coisa extremamente perigosa, porque o duplo, voltando ao corpo por uma reação instantânea, faz palpitar o coração convulsivamente e pode sobrevir a morte.'  

    No caso de Emília Sagée (citado nas pp. 62·63) notou-se que a paciente estava pálida e exânime, quando o duplo se tornou visível; e quanto mais nítido e mais material era este, tanto mais fatigado, exausto e lânguido aparecia o verdadeiro corpo material; e, pelo contrário, quando o duplo tomava uma aparência menos nítida, mais vaga, Emília Sagée parecia recobrar forças. 'Para o teosofista este fenômeno é perfeitamente compreensível, porque ele sabe que o duplo etérico é o veículo do princípio vital do corpo, e, portanto, a sua retirada parcial faz diminuir a energia com que esse princípio anima as moléculas físicas.' 

    Clarividentes, como a de Prevorst, por exemplo, afirmam que se pode ver o braço ou a perna etérea unida ao corpo num indivíduo a quem se tivesse amputado um desses membros, e d'Assier observa a este respeito o seguinte: 

   'Quando me dedicava a estudos fisiológicos, havia um fato singular que me chocava sobremaneira. Sucede muitas vezes que uma pessoa perdendo um braço ou uma perna, experimenta certas sensações na extremidade dos dedos. Os fisiologistas explicam essa anomalia pressupondo que o paciente sofre uma inversão de sensibilidade ou de memória, que lhe faz localizar na parte do membro já não existente uma sensação que se transmite apenas até ao ponto onde o nervo foi amputado. Mas tal explicação demasiado complicada nunca me satisfez; e quando estudei o problema da duplicação do homem veio-me ao espírito a questão das amputações e perguntei a mim mesmo se não seria mais simples e mais lógico atribuir essa aparente anomalia ao duplo do corpo humano, o qual, pela sua natureza fluida, escapa à amputação.' "


Annie Besant, Os Sete Princípios do Homem, Editora Pensamento, pg 6.