FUNÇÃO DA PERSONALIDADE

     



     "A função da personalidade no desenvolvimento da Individualidade pode ser melhor entendida quando se observa o crescimento de uma árvore.        De uma árvore brotam novas folhas todos os anos na primavera e, por suas folhas, ela absorve dióxido de carbono que, após muitas mudanças, é assimilado pelo corpo da árvore servindo ao seu crescimento. No outono a árvore deixa cair suas folhas, mas antes que isto aconteça, a seiva enriquecida se recolhe ao interior do corpo para ser reenviada às novas folhas na primavera seguinte. Ano após ano o processo se repete e a árvore, em consequência, vai ficando cada vez maior e mais forte. De maneira semelhante, a Individualidade toma novos corpos nos planos inferiores e lança uma porção de si mesma na nova personalidade que se forma. 

    Esta personalidade vive na terra o tempo de vida que lhe cabe, reúne um certo número de experiências, mas antes de se dissolver e desaparecer, após o repouso de vida celeste, passa a essência de suas experiências à Individualidade, desta maneira enriquecendo sua vida e servindo a seu crescimento. É assim que todas as sucessivas encarnações trazem maior perfeição às faculdades e poderes latentes no Jîvâtmâ, proporcionando um instrumento mais eficiente para expressão da vida divina.  

    De maneira semelhante, mas que dificilmente podemos compreender, a Individualidade é uma expressão parcial da Mônada servindo ao Seu desenvolvimento, embora a palavra 'desenvolvimento' não dê bem a ideia desse processo nos planos mais elevados do qual a evolução é um reflexo nos planos inferiores. 

    Não temos palavras que expressem o processo que tem lugar nos planos da Mônada e que correspondam ao progressivo desenvolvimento de todas as qualidades e poderes divinos no Jîvâtmâ nos planos de Atmâ, Buddhi, e Manas Superior. Entretanto, algo semelhante, porém de natureza bem mais grandiosa, deve ter lugar no plano da Mônada porque tudo quanto acontece nos planos inferiores é um reflexo de alguma coisa bem maior e mais bela que ocorre nos planos mais elevados. "Em cima como embaixo".  Não somente o inferior reflete o superior mas também tudo quanto se passa nos planos inferiores tem seu impacto e influência nos planos superiores. O interno e o externo, o superior e inferior parecem estar agindo e reagindo mutuamente a todo momento, efetuando entre si o processo que vemos como evolução ou desenvolvimento.".  


I.K. Taimni. Autocultura à Luz do Ocultismo, Ed.Teosófica, Brasília, 1997, pg. 38