A TIRANIA DOS OPOSTOS - I

 

Quando saímos em busca do autoconhecimento uma das primeiras coisas que percebemos é que precisamos aprender a meditar, só o que ainda não sabemos é que a nossa mente está repleta de ondas de pensamento que irão dificultar o trabalho de encontro conosco mesmos.

Até sabemos que precisamos acalmar a mente para ficar pelo menos 15 minutos em contato com a nossa mente divina, só o que muitas vezes não temos consciência de como as formas pensamentos, as quais são a fonte de fortes emoções e hábitos arraigados há muitas vidas, nos prendem à mente concreta, nos impedindo de fazer grandes transformações e realmente nos conhecermos.

Uma das formas para se alcançar algum êxito na meditação, principalmente para os ocidentais, é conhecermos a função do cérebro, os processos mentais e ter o entendimento que existe uma mente superior que trará luz para que possamos nos conhecer e obter o verdadeiro equilíbrio entre espírito, mente e personalidade.

Dentro desse contexto, estamos postando aqui diversos excertos, de vários autores, que buscam nortear o nosso trabalho em busca de obter uma mente clara e lúcida, a qual ao refletir a luz divina nos possibilita um encontro conosco mesmos.

Já falamos um pouco sobre O que é a Meditação com a Clara Codd e, a partir de hoje, vamos pesquisar como os processos mentais nos afetam dificultando o processo meditativo, com trechos do livro A Ciência da Meditação, de Rohit Mehta.




    O homem moderno está em busca de alguma coisa que parece ter perdido. De modo bastante curioso, ele não sabe o que de fato perdeu. Porém, tem um sentimento de que falta algo em sua vida sem o quê a sua existência está destituída de significado e significação. Muitas das coisas adquiridas por ele em termos de conforto e patrimônio devem-se ao progresso da ciência e da tecnologia. Segundo qualquer padrão de história humana ele é próspero e, comparado a ele seus antecessores mais ricos devem ser considerados como abjetamente pobres. Seu conforto e prosperidade parecem não ter limites, pois não se consegue visualizar qualquer interrupção no progresso tecnológico. Todavia o homem moderno experiencia um estranho fenômeno de pobreza em meio à fartura. Isso indica um hiato profundo entre os fatores subjetivos e objetivos da vida. (...)
    Foi esse vazio interior que tornou a fartura exterior destituída de qualquer sentido e propósito. Para que servem o conforto e a conveniência se não trazem paz e felicidade ao homem? Não sabendo como remover  a pobreza interior, o homem moderno entra na corrida pela posse de cada vez mais objetos externos. Jamais houve na história humana uma lacuna tão ampla entre o interior e o exterior como hoje em dia.

Rohit Mehta, A Ciência da Meditação, Ed. Teosófica, Brasília, 2009, pgs. 9