"Como sabemos se existe um terceiro caminho ao longo do qual os desafios da vida podem ser eficazmente enfrentados? Qual é o caminho para sua descoberta? É bastante óbvio que o Caminho até ele não pode ser encontrado sem os limites do processo do pensamento. A não ser que ocorra uma interrupção na continuidade do pensamento esse novo caminho não pode ser descoberto. Essa quebra na continuidade pode ocorrer por apenas uma fração de segundo, ou pode ter uma duração maior. Mas a quebra é essencial, pois é apenas em tal quebra que pode ser obtida uma abertura no círculo fechado do pensamento. (...)
O homem moderno está fortemente dilacerado pelos conflitos psicológicos interiores que são as criações da mente. É óbvio que a mente não pode resolvê-los; aliás, quanto mais ela tenta resolvê-los mais complicados eles se tornam. E assim o homem deve explorar um novo caminho que não é o da mente. A mente deve estar num estado de 'ausência da mente'*, para usar a fraseologia do Maitri Upanishad, se o homem quiser libertar-se dos conflitos intermináveis nos quais está preso. E é no estado de meditação que a mente pode entrar no estado de 'ausência da mente'. Desse modo a meditação torna-se imperativa para o homem moderno se ele quiser livrar-se das tensões, pressões e estresses da civilização tecnológica. Ele pode ignorar o caminho da meditação apenas para seu risco próprio. No círculo fechado da mente, um problema pode ser mudado, mas não resolvido. Mas a crise psicológica que tomou conta da humanidade é de natureza tão urgente que o homem não pode mais se permitir simplesmente mudar o problema, ou buscar um simples adiamento com respeito à sua resolução. O homem deve agir e agir imediatamente, para sua própria sobrevivência psicológica. Para isso ele deve explorar os segredos e mistérios da meditação. Que segredos são esses? E como podem ser eles revelados?"
*Mind-less, no original. (N. ed. bras)
Rohit Mehta, A Ciência da Meditação, Editora Teosófica, Brasília, 2009, pgs. 13/14